sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Reparação ou a Memória ideológica

Concluído no final do ano passado, o longa metragem Reparação aborda a saga do então piloto Orlando Lovecchio Filho, que teve parte da perna esquerda amputada devido a uma bomba colocada junto à biblioteca do consulado dos EUA, em São Paulo, no dia 19 de março de 1968, auge da ditadura militar. Anistiado como vítima da repressão, o autor do atentado, Diógenes Carvalho de Oliveira, do grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi contemplado pela Comissão de Anistia com uma pensão vitalícia de R$ 1.627 mil, além de ter recebido R$ 400 mil por atrasados. Já Orlando, obteve, tão somente, em 2004, uma pensão do INSS por invalidez, hoje no valor de R$ 635,79.
"Decidi fazer o filme quando tomei conhecimento do caso do Orlando, há cerca de três anos. Afinal, qual o conceito para estabelecer o valor de uma indenização?", diz Moreno. Na opinião do diretor, o que existe são grupos no poder que direcionam as diretrizes de concessão de indenizações conforme os seus interesses ideológicos. "Usando o conceito marxista, parece que o conceito de luta de classes esteve presente no momento da reparação", afirma, no filme, o historiador Marco Antonio Villa.
Sempre centrado no drama de Lovecchio pela busca de uma indenização que considera mais justa, o filme (de Daniel Moreno) conta com depoimentos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos, Marco Antonio Villa, do geógrafo e sociólogo Demetrio Magnoli, e da pesquisadora da Unicamp, Glenda Mezarobba, autora do livro "Um Acerto de Contas com o Futuro - a anistia e suas consequências: um estudo do caso brasileiro" (Editora Humanitas), entre outros.
Abaixo trailer do Reparação. O texto acima foi editado de trechos da matéria de Guilherme Meirelles, da Agência Estado, 'Reparação', fala sobre vítima das 'vítimas da ditadura'

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